* Ser sobredotado é uma componente da personalidade, não é uma patologia.
* Ser sobredotado dá uma coloração específica à expressão de sofrimento que é preciso saber reconhecer e ter em conta para ajudar e acompanhar eficientemente dentro de um processo terapêutico adaptado.
* Ignorar as especificidades da estrutura psicodinâmica da personalidade do sobredotado, é tomar o risco de erros diagnósticos que podem seriamente precipitar o sobredotado em sofrimentos inextricáveis e desvios de vida.
* O procedimento de observação do sobredotado comporta alavancas terapêuticas que é preciso conhecer e saber utilizar. Em particular, pode-se apoiar sobre o si cognitivo geralmente intacto mas sufocado. Pensar é estar na fonte do sofrimento, mas se pode ajudar o sobredotado a reaprisionar seu pensamento para fazê-lo aliado no processo de reabilitação de si. Como se se restaurasse um antigo prédio: tudo é fenda, o teto desaba, mas as fundações resistem e pode-se apoiar sobre elas, reforçá-las para reconstruir uma base sólida e protetora. Mas aberta também, para fazer entrar os outros, a vida, sem ter medo de ser atacado. Não é mais uma casa construída para repelir os ataques de inimigos imaginários, mas uma casa concebida para estar bem e se sentir bem com os outros. É bem diferente.