segunda-feira, 28 de março de 2016

À guisa de conclusão

Ao longo de toda a redação deste livro, veio-me frequentemente a ideia de parar, na minha cabeça ou no meu computador, e de me interrogar: e se tudo isso for pura quimera? E se os sobredotados não forem o que eu descrevi? E se todos estes detratores ignorantes tiverem finalmente razão e que é inútil se preocupar desses seres transbordados pela natureza?
Sim, eu vos asseguro, isto chegou-me mais de uma vez, assaltada por essas dúvidas insidiosas! E depois, alguns instantes mais tarde, eu me reencontrei diante de uma criança, de uma adolescente, de uma família, de um adulto e, na sua história, na natureza de seu desespero, de sua errância, nas suas palavras e na sua atitude, a fulgurância da certeza revém com uma força admirável. Mas como eu pude um só instante pensar que a incrível singularidade dessas personalidades não revelava uma realidade clínica patenteada? Então, abastecida dessa evidência, alimentada de tudo o que foi dito, descrito, provado, confirmado hoje pela ciência, eu retorno à escritura com um ardor e uma vontade de transmitir ainda mais vivos. Vocês existem, eu tenho certeza, eu vos encontrei!