"Não é um acaso se eu me fecho num atelier para me proteger do mundo." Dominique tornou-se tapeceira. Ela o decidiu subitamente no dia em que, uma vez mais, uma vez muito, ela se sentiu agredida pelos outros. Onde seu sentimento, antigo, de deslocamento, de estranheza, de diferença, convenceu-a definitivamente que ela seria sempre rejeitada, que ela não voltaria a se sentir bem com os outros. Que isso lhe demandaria muitos esforços.
A inibição social ameaça o sobredotado. Sob uma forma mais ou menos severa. Diria-se de alguns que é sua característica, que eles são 'selvagens', 'antissociais', mas eles restarão inscritos, no mínimo, num tecido social. Para outros, o retrato social isola-os profundamente do mundo. Recuados, solitários, eles se mantêm como o exterior senão através de relações vitais, profissionais por vezes, mas podem afogar-se em estados mais críticos de depressão crônica no prognóstico mais sombrio. Eles se construíram uma carapaça tão sólida. É difícil alcançá-los e mesmo ajudá-los. Seu medo do mundo, de seus perigos, é tão grande! Sair de seu "terreno", qual o interesse? Para sofrer ainda mais? Não, obrigado.