"Você certamente irá achar isto estúpido, mas, quando estou com um psicólogo, eu tenho rapidamente a convicção que ele não compreende. Que ele não alcança a natureza do meu problema, de minhas dificuldades. Então, eu sei. Melhor que ele. Algumas vezes, eu tenho mesmo a impressão que sou eu que sou obrigada a colocá-lo na via. Que sou eu que o ajuda a... se dizer me ajudar. Mas, no fundo, eu penso que ninguém pode me ajudar. Não há senão eu, que possa fazer alguma coisa." Assim se confia, com uma mistura de vergonha e de humilhação, esta paciente de trinta e oito anos, desenganada, esgotada, também por duas jovens zebras...
O procedimento apóia-se frequentemente sobre esta ambivalência: a necessidade infinita de encontrar alguém que possa compreender, alguém que enfim permitiria se sentir transportado, e a necessidade de domínio e de controle que tranca a possibilidade de dar um lugar ao outro.