No seu percurso identitário, o sobredotado colocará em ação mecanismos de proteção para se proteger dos afluxos emocionais transbordantes que se alimentam dessa dupla fonte: a inteligência aguçada e a sensibilidade exacerbada.
Em psicologia, esses mecanismos protetores são chamados mecanismos de defesa. Seu objetivo? Preservar a integridade do 'meu' e atenuar seus sofrimento. Quando esses mecanismos são flexíveis, eles asseguram sua função protetora com eficácia. Eles são aliados para cada um dentre nós. Mas, frequentemente, estes mecanismos se enrijecem pois as cargas emocionais são muito importantes, e a ameaça de sofrimento muito grande. Então, seu acionamento pode se transformar em armadilha: eles se tornam os pilares em torno dos quais se constrói a personalidade. De protetores, eles se tornam destrutivos.
Os mecanismos de defesa do sobredotado.
Dos mecanismos a conhecer, a compreender, a integrar. Os mecanismos que contribuem para assinalar sua marca na organização psicopatológica dos sobredotados, e que é indispensável considerar com a marca de um quadro clínico singular.
Observemos, em superficial plano, a dinâmica dos mecanismos de defesa do sobredotado, sua ativação, suas funções e seus limites.
1. Objetivos originais: não mais ser invadido pelo tumulto emocional, a receptividade dos outros, a análise constante do mundo.
2. Resultado esperado: chegar a se sentir bem através e apesar de tudo.
3. Estratégia defensiva: a posição de distância emocional.
4. Os meios
* O domínio e o controle
Em psicologia, esses mecanismos protetores são chamados mecanismos de defesa. Seu objetivo? Preservar a integridade do 'meu' e atenuar seus sofrimento. Quando esses mecanismos são flexíveis, eles asseguram sua função protetora com eficácia. Eles são aliados para cada um dentre nós. Mas, frequentemente, estes mecanismos se enrijecem pois as cargas emocionais são muito importantes, e a ameaça de sofrimento muito grande. Então, seu acionamento pode se transformar em armadilha: eles se tornam os pilares em torno dos quais se constrói a personalidade. De protetores, eles se tornam destrutivos.
Os mecanismos de defesa do sobredotado.
Dos mecanismos a conhecer, a compreender, a integrar. Os mecanismos que contribuem para assinalar sua marca na organização psicopatológica dos sobredotados, e que é indispensável considerar com a marca de um quadro clínico singular.
Observemos, em superficial plano, a dinâmica dos mecanismos de defesa do sobredotado, sua ativação, suas funções e seus limites.
1. Objetivos originais: não mais ser invadido pelo tumulto emocional, a receptividade dos outros, a análise constante do mundo.
2. Resultado esperado: chegar a se sentir bem através e apesar de tudo.
3. Estratégia defensiva: a posição de distância emocional.
4. Os meios
* O domínio e o controle
Para se tranquilizar, para tentar parar esse pensamento sempre em marcha, para parar a torrente das emoções, para não mais ser assaltado sem cessar pela dúvida e o medo, o sobredotado procura tudo dominar, guardar o controle. A maior parte de sua energia será consagrada a esta missão que por vezes ultrapassa: sobretudo não mais se deixar transbordar. Sobretudo antecipar, sobretudo não relaxar nada. Esses mecanismos de controle poderão tomar diversas formas: as discussões sem fim, a recusa de aceitar uma ordem, um castigo, sem ter expurgado o sentido, a verificação permanente para não mais deixar a percepção ao acaso, a procura extenuante da precisão impossível, os rituais obsessivos, a colocação em questão de tudo e todo tempo. Mas a lista é muito longa.
* A defesa pela cognição
"Meu intelecto desordena tudo o que meu emocional libera", explica claramente Valentin, 32 anos.
Passar pela intelectualização abusiva à menor emoção presente, analisar com frieza e distância a menor expressão afetiva, um mecanismo sólido e rígido que o sobredotado usa e abusa.
* A anestesia afetiva
Muito espetacular quando esse mecanismo de defesa atinge seu paroxismo. Nicolas testemunha: "À força de ter sufocado minhas emoções, hoje eu não sei mais quais são adaptadas em função das situações. Eu não sei mesmo mais como se exprimem as emoções, pelas palavras, pelos gestos, pelas atitudes. Isto me joga em turnos, pois eu pareço todo o tempo estranho e estrangeiro ao que se passa. Com minha namorada, é um desastre. Então, eu observo como fazem os outros e eu me calco nas suas reações emocionais. É a única solução que eu encontrei. Eu que era tão sensível, hoje eu não sinto mais nada. E eu não sei como fazer a máquina retroceder."
* O humor
Tornar as coisas insignificantes, avistar as situações sob uma forma risível, desviar uma conversa ofensiva em palavras espirituosas, todos os truques de humor são manejados com fineza pelo sobredotado. A vantagem do humor? Uma hábil manipulação das emoções que tornam transmissíveis sob uma forma cognitivamente correta e apreciada. Um afastamento sutilmente manejado. Uma transformação da ameaça emocional em trunfo de personalidade. Bem jogado! Mas sob duas condições: o humor deve ser utilizado com parcimônia. Um recurso abusivo não permite mais nenhuma relação autêntica. De um charme sedutor, o humor se torna então um veneno relacional. Segunda condição: que o humor não seja utilizado senão num sentido, pois o sobredotado, expert na matéria, vive muito mal o humor do qual ele é objeto. Como se de repente ele não compreendesse mais os mecanismos. Suas reações podem ser de uma rara violência, muito inesperada. Uma violência que mascara, uma vez ainda, a intensidade da descarga emocional que ele sentiu. Desconfiança, então!
5. Os riscos* A construção de uma personalidade estratificada
Não mais estar conectado a suas emoções. Somente a fronte de sua inteligência racional está em atividade. Pode-se resultar uma frieza de personalidade, uma dificuldade de sentir, de viver as emoções. Mas sob o preço de uma energia imensa que esgota os recursos psíquicos. É o combate contra si mesmo. Contra o que se é fundamentalmente. Este dique que se força a erigir entre si e o mundo, esta carapaça que se empreende para não mais ser emocionalmente atingido, este desatamento afixado demanda uma vigilância constante e esgotante. E, quando o mecanismo, sob os pesos de uma emoção violenta, não pode mais conter sua muito pesada carga, é o abatimento e o desespero nos quais o sobredotado será aspirado. Sem mais nenhuma possibilidade de se proteger. Ele está nu face ao sofrimento que então o submerge.
* Uma deriva pelas perturbações psicológicas mais severas que entravarão seu perigoso percurso.